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sábado, 13 de abril de 2013

Exportações de carros brasileiros continuam limitadas em 2013


 Muito se fala que nos últimos anos o Brasil tem construído uma economia forte, e que esta economia vem sendo distribuída para toda a população. Verdade ou não, o que não há como discordar é o fato de que a falta de infraestrutura impede o acesso de bens e serviços a toda população. O Brasil é um país ineficiente quanto à Logística, e essa ineficiência acaba por prejudicar todos os setores produtivos.
A infraestrutura é o grande problema da logística brasileira. Matriz de transporte extremamente dependente do modal rodoviário, portos ineficientes, malha ferroviária acanhadíssima para as dimensões do país, problemas fiscais e relativos à segurança se fazem exemplos. Roubo de cargas e insegurança nas operações logísticas fazem parte do indesejado custo Brasil.
No que diz respeito às exportações, o problema se agrava. A exemplo disso, as exportações brasileiras de carros devem continuar a declinar nos próximos anos se não forem resolvidos os problemas estruturais enfrentados pelos fabricantes instalados no País, segundo aponta estudo preparado pela consultoria Roland Berger, especializada no setor automotivo.
Segundo o estudo da consultoria, entre os principais fatores que travam as exportações de carros made in Brazil, o maior problema continua sendo a falta de competitividade dos produtos brasileiros, causada por três vetores negativos: 1) infraestrutura logística deficitária do País, que implica em altos gastos de transporte em estradas e portos ineficientes; 2) grande burocracia nas regras de comércio exterior, o que provoca aumento de despesas administrativas na vendas externa; e 3) elevados custos trabalhistas.
Como nossos carros não são competitivos no exterior por serem inadequados para consumidores de países desenvolvidos, sobram poucos mercados para o Brasil exportar carros. Mesmo assim, é necessário resolver os problemas com nossos dois maiores clientes: Argentina e México. Enquanto a Argentina, que consome mais de 70% dos veículos embarcados para fora, tem aumentado restrições às importações, o México, que consome 15% das exportações, também tende a diminuir suas compras com a imposição de cotas de comércio exterior impostas pelo governo brasileiro em 2012. Portanto, os veículos feitos no Brasil estão ficando sem mercados externos, cada vez mais dependentes do consumo doméstico.
Para a Roland Berger, no momento não há nada no horizonte que indique mudança dessa tendência de perda de importância das vendas externas para as montadoras. Enquanto a indústria automobilística se depara com o antigo problema da falta de infraestrutura e burocracia nos portos brasileiros, juntamente com os problemas políticos com nossos países vizinhos, deve-se enfrentar essas dificuldades com soluções práticas e inteligentes. Um exemplo é a Ford que possui um porto privado na Bahia, e não precisa mais enfrentar o congestionamento dos portos públicos. Outro exemplo é a General Motors, que investiu R$ 30 milhões em uma central de logística no Porto de Suape (PE).