Muito se fala que nos últimos anos o
Brasil tem construído uma economia forte, e que esta economia vem sendo
distribuída para toda a população. Verdade ou não, o que não há como discordar
é o fato de que a falta de infraestrutura impede o acesso de bens e serviços a
toda população. O Brasil é um país ineficiente quanto à Logística, e essa
ineficiência acaba por prejudicar todos os setores produtivos.
A infraestrutura é o grande problema
da logística brasileira. Matriz de transporte extremamente dependente do modal
rodoviário, portos ineficientes, malha ferroviária acanhadíssima para as
dimensões do país, problemas fiscais e relativos à segurança se fazem exemplos.
Roubo de cargas e insegurança nas operações logísticas fazem parte do
indesejado custo Brasil.
No que diz respeito às exportações, o
problema se agrava. A exemplo disso, as exportações brasileiras de carros devem
continuar a declinar nos próximos anos se não forem resolvidos os problemas
estruturais enfrentados pelos fabricantes instalados no País, segundo aponta
estudo preparado pela consultoria Roland Berger, especializada no setor
automotivo.
Segundo o estudo da consultoria, entre
os principais fatores que travam as exportações de carros made in Brazil, o
maior problema continua sendo a falta de competitividade dos produtos
brasileiros, causada por três vetores negativos: 1) infraestrutura logística
deficitária do País, que implica em altos gastos de transporte em estradas e
portos ineficientes; 2) grande burocracia nas regras de comércio exterior, o
que provoca aumento de despesas administrativas na vendas externa; e 3)
elevados custos trabalhistas.
Como nossos carros não são
competitivos no exterior por serem inadequados para consumidores de países
desenvolvidos, sobram poucos mercados para o Brasil exportar carros. Mesmo
assim, é necessário resolver os problemas com nossos dois maiores clientes:
Argentina e México. Enquanto a Argentina, que consome mais de 70% dos veículos
embarcados para fora, tem aumentado restrições às importações, o México, que
consome 15% das exportações, também tende a diminuir suas compras com a
imposição de cotas de comércio exterior impostas pelo governo brasileiro em
2012. Portanto, os veículos feitos no Brasil estão ficando sem mercados
externos, cada vez mais dependentes do consumo doméstico.
Para a Roland Berger, no momento não
há nada no horizonte que indique mudança dessa tendência de perda de
importância das vendas externas para as montadoras. Enquanto a indústria
automobilística se depara com o antigo problema da falta de infraestrutura e
burocracia nos portos brasileiros, juntamente com os problemas políticos com
nossos países vizinhos, deve-se enfrentar essas dificuldades com soluções
práticas e inteligentes. Um exemplo é a Ford que possui um porto privado na Bahia,
e não precisa mais enfrentar o congestionamento dos portos públicos. Outro
exemplo é a General Motors, que investiu R$ 30 milhões em uma central de
logística no Porto de Suape (PE).
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