O esporte para muitos é uma paixão, isso tem sido uma grande barreira para tornar o futebol um negócio no Brasil. Atualmente vários clubes já estão mantendo uma gestão mais qualificada e deixando um pouco de lado o formato clássico de administração desportiva que mantém os cartolas, diga-se de passagem sempre os mesmos, a frente dos clubes. A visão de um clube de futebol como empresa é utilizada há anos na Europa, onde se encontram os melhores cursos de pós-graduação em gestão desportiva.
Certo dia, vendo a UEFA Champions League, ouvi falar sobre agências de viagens que alguns clubes europeus possuem dentro da sua estrutura organizacional que além de realizar as viagens do próprio clube, tem o intuito de focar o torcedor. Essas agências oferecem pacotes mais acessíveis e totalmente planejados para o torcedor acompanhar seu time nos diversos jogos pela Europa a fora. Interessei-me pelo assunto e aqui estou escolhendo o tema de Logística de Pessoas dentro da Logística do Futebol.
Segundo o consultor da HMR, Hélio Meirim, a Logística de Pessoas tem a preocupação com o fluxo de pessoas e seus modos de deslocamento, podendo ter um foco local, como no caso da Copa do Mundo de 2014, onde o país deverá realizar grandes mudanças na organização dos transportes.
Vejo um grande potencial de negócio e vantagem competitiva que a gestão desse clube terá sobre os demais ao manter sua agência de viagens. Não que a pessoa vá deixar de torcer pelo time porque este não tem uma agência, mas de repente um torcedor que não dá o retorno esperado para o clube por não ter condições financeiras de bancar viagens particulares para cada canto que o time irá jogar, passará a além de apoiar o seu clube em diversos lugares, dar um retorno financeiro maior investindo nessas viagens.
Os clubes brasileiros também aderiram a ideia de possuírem uma agência de viagem, mas esta prática é feita um pouco diferente. Em geral os times terceirizam uma agência que já tem experiência na área e isso só vem a ocorrer quando há competições mais importantes e fora do Brasil. O Santos Futebol Clube ano passado lançou o edital de licitação para abertura de uma agência de viagens dentro do seu estádio, visando já o mundial deste ano, o Internacional mal havia ganhado seu título inédito na Libertadores de 2006 e os dirigentes já buscavam parcerias com as empresas experientes da área para levá-los ao Mundial de 2007.
Mas o clube que investiu mesmo nessa ideia foi o São Paulo Futebol Clube, que abriu dentro do Morumbi a PassaporteFC com diversos programas de interação com o torcedor. Um deles é o pacote VIP para acompanhar a delegação fora do Estado desde o avião até o hotel e o estádio e outro é o resgate do Morumbi Tour, esse resgate fez com que o estádio deixasse de ser simplesmente um custo para se tornar um gerador de receita.
A gestão desportiva ainda tem muito que crescer dentro do país, são poucos os clubes que tratam esse fluxo de torcedores como uma área de investimentos, normalmente são feitas "colaborações" para torcida facilitando o deslocamento destes, mas vimos que essa preocupação é uma potencial fonte de retorno financeiro que ainda tem muito a ser explorada.
Olá Jamile,
ResponderExcluirParabéns pela postagem...
Quando participei da Copa do mundo para adolescentes em Oslo, na Noruega, haviam pessoas de 40 países, sendo que alguns clubes da Europa ja disponibilizavam pacotes aos familiares para assistirem os jogos!
Abraço