Sexta feira ultima, dia 18 de novembro,nos alunos da graduação em Administração, efetuamos uma visita técnica a CCGL (Cooperativa Central Gaucha Ltda) em sua unidade fabril de laticínios a CCGL Lac e também seu braço de desenvolvimento tecnológico a CCGL Tec. Hoje constituída por 39 outras cooperativas, representando nada menos que 162 mil produtores rurais em 350 municípios.
No entanto algo que chamou minha atenção foi o quanto a logística é levada a sério por esta cooperativa tão importante no agronegócio gaúcho. Uma breve história relatada por seu diretor de marketing nos revelou que ainda nos anos 90 ao deparar-se com uma situação de insolvência vivenciada pelos agricultores em todo país em decorrência dos planos econômicos aplicados no inicio conturbado da economia dos anos 90, a CCGL decidiu por vender suas unidades de beneficiamento de leite para a Avipal. Entretanto, moveu suas atenções ao escoamento de grãos, não apenas de seus cooperados, mas de todo a produção do estado através do porto de Rio Grande. Foi então que arrendou o TERMASA e logo depois criou o TERGRASA, surgindo assim um complexo portuário que responde hoje pela maior parte do escoamento da produção gaúcha de grãos. Um exemplo desta grande atenção dada a logística são os dois terminais hidroviários, um em Taquari outro em Canoas, ambos na grande Porto Alegre, criados para que o trajeto feito através do modal rodoviário ficasse restrito até estes pontos dos qual saem barcaças que através das águas da Lagoa dos Patos efetuam o transporte pela maior parte do caminho desta produção, diminuindo consideravelmente os custos de transporte.
Até agora falei de grãos e logística de distribuição, e a visita técnica a qual me refiro foi feita a indústria de laticínios localizada, estrategicamente, em Cruz Alta. A cidade de Cruz Alta foi escolhida por ser considerada o centro logístico da produção de leite no estado (como seria bom que pudéssemos sempre escolher a localização das fábricas não é?) e também por localizar-se centralizada na porção norte, o que fornece uma posição estratégica que favorece a coleta de leite em toda porção norte e central do estado.
Bom, uma planta muito bem localizada confere um ganho competitivo considerável no que tange os valores de fretes e tempo de deslocamento. No entanto o tempo de deslocamento do leite é de suma importância para a qualidade do produto final, sendo assim uma planta localizada a uma distância de no máximo 300 Kms de onde fica a fornecedor parece ser muito bom no caso do leite.
Pois bem, caso você fosse o diretor da CCGL Lac, e se deparasse com o seguinte dado: a produção de leite no estado é de aproximadamente 7 milhões de litros de leite ao dia, porém a demanda é maior que isso e a capacidade de produção de sua empresa é de 1 milhão. O que você faria com o fornecedor? Como o fedelizaria mantendo preço competitivo? Podemos discorrer vários problemas que decorrer disto. Alguém se surpreenderia com um desenvolvimento aprimorado de fornecedores? Logicamente não.
Pois a CCGL através de sua unidade tecnológica, a CCGL TEC oferece suporte de grande presteza a seus produtores, através do monitoramento de animais, manejo da pastagem, forrageiras para a pastagem do gado, o que, alem de conferir maior segurança a uma carga tão valiosa (R$ 0,80 por litro para o produtor) e de importância estratégica para a unidade fabril, traz o produtor como parceiro do negócio, não apenas como cooperado em sua região mas como um dos donos do negócio, fazendo com que os diversos compradores de sua matéria prima que o aliciam quase que diariamente, não consigam mudar seu cliente. Este serviço de apoio técnico prestado pela CCGL tem o intuito de ser parceiro do produtor, que é o que de fato o cooperativismo pretende, a famosa sinergia, o todo é maior que a soma das partes.
Enfim, confesso que fiquei boquiaberto com o pensamento estratégico conferido a todos os quesitos dos negócios da CCGL, em especial a logística, que no campo, gira em torno de 35% do valor total do custo.
Alguns Vídeos:
CCGL LAC , CCGL LOG, CCGL TEC .
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