Oi gente! O assunto desta postagem é sobre a administração de compras das franquias.
Para a melhor compreensão do assunto é necessário entender o conceito de franquia empresarial.
De acordo com a lei 8955/94: "franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso da marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implementação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante a remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício".
Quando o assunto é abastecimento de franquias, a última palavra é sempre do franqueador. É a rede quem determina como será trabalhada a relação do franqueado com os fornecedores. A centralização das decisões faz parte da própria lógica das franquias, que inclui a adoção de produtos e serviços padronizados em todas as lojas.
De acordo com Claudia Bittencourt, diretora geral do grupo Bittencourt - consultoria especializada em expansão de negócios para franquias -, o franqueador precisa negociar de forma a beneficiar as franquias, mas sem tirar a identidade do produto.
Essencialmente, existem três tipos de negociação com fornecedores: o franqueador pode homologar as empresas que vão fornecer para toda a cadeia; homologar alguns artigos que são importantes para a caracterização da marca e deixar a compra do restante a cargo do franqueado; finalmente, o franqueador pode ser o próprio fabricante do produto oferecido pela rede. Cabe ao franqueador escolher o sistema a ser adotado.
Fornecimento homologado
No caso do fornecimento homologado, segundo Claudia, o franqueador organiza uma planilha de fornecedores e fica definido que os franqueados têm de comprar das empresas estabelecidas.
Um dos benefícios desse modelo de fornecimento é a possibilidade da compra em escala, que pode gerar vantagens para toda a rede. O próprio franqueador costuma negociar os valores dos artigos quando fecha o contrato de homologação. "A compra em escala dá o poder à rede de negociar com os fornecedores. Sozinho, o franqueado não tem o mesmo poder de barganha", diz.
De acordo com a executiva, algumas franquias optam por montar uma central de fornecimento. O franqueado passa o pedido para o fornecedor, mas o franqueador tem acesso aos dados do que está sendo comprado. "É mais um forma de o franqueador fiscalizar o fluxo de vendas de cada franqueado", conta.
Produtos homologados
Existem algumas redes que optam por dividir as tarefas. Os produtos que são essenciais para a identidade da marca, ou aqueles cuja compra em escala trará benefícios, são homologados. A negociação dos outros artigos fica a cargo de cada franqueado.
De acordo com Claudia, para alguns tipos de franquia, essa formatação de fornecimento é válida. "É o caso dos restaurantes, por exemplo. Fica complicado para o franqueador estabelecer um único fornecedor para certos produtos. Às vezes, vale a pena o próprio franqueado procurar um fornecedor de verduras", afirma.
Cleusa Maria da Silva, proprietária da rede de franquias Sodiê Doces, implantou esse modelo de fornecimento em seu negócio. A franquia, que produz bolos artesanais, homologa parte de seus produtos - caso do leite condensado - e deixa a cargo dos franqueados ingredientes como frutas e ovos. "Preferi deixar a cargo dos franqueados os produtos perecíveis. Assim eles compram de acordo com a necessidade de sua região", conta Cleuza.
Para o franqueado da Sodiê Doces Gladston Marques de Oliveira Neto, de São Paulo, a medida é boa para o tipo do negócio. "Eu não fico necessariamente amarrado a um fornecedor. Quando vejo uma promoção de leite no supermercado, posso comprar e usar. E com os fornecedores homologados consigo um preço melhor, por conta da compra em grande quantidade", diz.
Franquias de marca e produto
Algumas franquias são a própria fabricante de seus produtos. Toda a negociação fica concentrada entre o franqueador e o franqueado. A rede é responsável pelo abastecimento de todas as franquias.
Segundo Marcus Rizzo, proprietário da consultoria Rizzo Franchising e autor do livro Franchising, o Negócio do Século, nessa situação a relação do franqueado com o franqueador é baseada em preço, demanda de produto e fornecimento. "Quando a franquia é dona da marca e do produto, normalmente, a taxa de royalties é cobrada sobre a compra de mercadoria", esclarece.
De acordo com as informações apresentadas, fica evidenciada a importância da relativa liberdade de compra dos franqueados. Isto porque, o franqueador homologando apenas os produtos que são de suma importância para a identidade da marca ou estabelecendo uma lista de opções de fornecedores, o franqueado tem a possibilidade de adquirir vantagem competitiva, já que, pode estreitar a relção com seus fornecedores. A competitividade é adquirida, já que, os franqueados podem negociar preços, prazos de entregas, descontos na compra em quantidade, ou seja, adquirindo vantagem pelo fato de não existe a obrigação de comprar apenas de um forcedor que o franqueado estabelece.
No caso das franquias de marca e produto, o franqueado apenas comercializa o produto, já que o franqueador é o próprio fabricante do produto.
Obrigada!!
Referências:
http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/64BE85F38096D5B7032570AB004A9D66/$File/NT00031C6E.pdf
http://invertia.terra.com.br/empreendedor/noticias/0,,OI5568802-EI19590,00-Centralizar+fornecedores+traz+beneficios+aos+franqueados.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário