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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


Parcerias para recuperar a imagem.


    Quando foi lançada, em fevereiro de 2008, a fabricante de motocicletas Dafra prometia fazer um estrago. Criada a partir de um investimento de 100 milhões de reais do grupo Itavema, rede de concessionárias que fatura 6 bilhões de reais por ano, a empresa inundou o mercado com motos até 15% mais baratas do que as concorrentes.
    A chave para isso: as motos vinham da China, país que, como se sabe, tem custos de produção imbatíveis. Em pouco mais de um ano, as motos da Dafra conseguiram alcançar 4% de participação de mercado, incomodando as líderes Honda e Yamaha (que, somadas, têm 90% do mercado).
    Ia tudo dando certo, até que as baratas motos chinesas começaram a ter defeito. O site Reclame Aqui recebeu 1 084 queixas nos últimos três anos contra a Dafra, mais do que qualquer outro fabricante de motos. Resultado: a empresa encolheu à metade. 
    Para recuperar a imagem, Franco fez parcerias com marcas como a italiana MV Agusta e a alemã BMW. Principalmente: as motos não são mais apenas chinesas — as peças vêm de China, Índia e Coreia.
    Embora se trate de um caso emblemático, não foi só a Dafra que sofreu com as exigências do consumidor brasileiro. Um levantamento realizado pela EXAME mostrou que, entre 2007 e 2009, o Brasil recebeu 35 novas marcas de motocicletas — 29 delas chinesas.
    Num setor em que 40% das vendas são motivadas por consumidores que querem se livrar do transporte público, ninguém gostou quando as peças para manutenção começaram a faltar. Como as motos mais baratas acabam virando meio de trabalho de muita gente, o consumidor foi percebendo que valia a pena gastar um pouco mais para ter um equipamento confiável.
    Com tudo isso podemos enxergar a grande importância que deve-se dar para escolher o fornecedor ideal. No caso da Dafra aconteceram inúmeras reclamações a respeito da qualidade das peças e principalmente pela falta das peças. A empresa levou em conta aparentemente apenas o aspecto financeiro, trazendo peças da China onde a mão-de-obra é extremamente baixa e os custos também, para diminuir os seus custos e aumentar lucros.
   No incio até funcionou mas quando a qualidade se seus serviços foram colocados em cheque a empresa percebeu que o barato não era o melhor, e que o consumidor brasileiro é bastante exigente. E para solucionar esse equívocos a empresa teve que firmar novas parcerias e acordos com empresas de boa reputação e não apenas importar peças da China. Aumentando assim o nível de qualidade de suas fornecedores, afim de recuperar a imagem da empresa perante o consumidor brasileiro.


SASAKI, Daniel. A primeira derrota chinesa. EXAME, São Paulo, v. 46, n. 9, edição 1016, p. 70-72, maio 2012.

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