Parcerias para recuperar a imagem.
Quando foi lançada, em fevereiro de 2008, a fabricante de
motocicletas Dafra prometia fazer um estrago. Criada a partir de um
investimento de 100 milhões de reais do grupo Itavema, rede de concessionárias
que fatura 6 bilhões de reais por ano, a empresa inundou o mercado com motos
até 15% mais baratas do que as concorrentes.
A chave
para isso: as motos vinham da China, país que, como se sabe, tem custos de
produção imbatíveis. Em pouco mais de um ano, as motos da Dafra conseguiram
alcançar 4% de participação de mercado, incomodando as líderes Honda e Yamaha (que, somadas, têm 90% do mercado).
Ia tudo
dando certo, até que as baratas motos chinesas começaram a ter defeito. O site
Reclame Aqui recebeu 1 084 queixas nos últimos três anos contra a Dafra, mais
do que qualquer outro fabricante de motos. Resultado: a empresa encolheu à
metade.
Para recuperar a imagem, Franco fez
parcerias com marcas como a italiana MV Agusta e a alemã BMW. Principalmente:
as motos não são mais apenas chinesas — as peças vêm de China, Índia e Coreia.
Embora se trate de um caso emblemático, não
foi só a Dafra que sofreu com as exigências do consumidor brasileiro. Um
levantamento realizado pela EXAME mostrou que, entre 2007 e 2009, o Brasil
recebeu 35 novas marcas de motocicletas — 29 delas chinesas.
Num
setor em que 40% das vendas são motivadas por consumidores que querem se livrar
do transporte público, ninguém gostou quando as peças para manutenção começaram
a faltar. Como as motos mais baratas acabam virando meio de trabalho de muita gente,
o consumidor foi percebendo que valia a pena gastar um pouco mais para ter um
equipamento confiável.
Com tudo
isso podemos enxergar a grande importância que deve-se dar para escolher o
fornecedor ideal. No caso da Dafra aconteceram inúmeras reclamações a respeito
da qualidade das peças e principalmente pela falta das peças. A empresa levou
em conta aparentemente apenas o aspecto financeiro, trazendo peças da China onde
a mão-de-obra é extremamente baixa e os custos também, para diminuir os seus
custos e aumentar lucros.
No incio
até funcionou mas quando a qualidade se seus serviços foram colocados em cheque
a empresa percebeu que o barato não era o melhor, e que o consumidor brasileiro
é bastante exigente. E para solucionar esse equívocos a empresa teve que firmar
novas parcerias e acordos com empresas de boa reputação e não apenas importar
peças da China. Aumentando assim o nível de qualidade de suas fornecedores, afim
de recuperar a imagem da empresa perante o consumidor brasileiro.
SASAKI, Daniel. A primeira derrota chinesa. EXAME, São Paulo, v. 46, n. 9, edição
1016, p. 70-72, maio 2012.
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